terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A historia do chimarrão

História do Chimarrão


Quando o tempo desenha com sua pena o ano de 1554, o General Irala, chegou a região de Guairá, situada à oeste do atual território do Paraná e encontrou lá uma tribo de guaranis pacíficos e hospitaleiros. Um dos hábitos destes indígenas lhe despertou muita curiosidade. Tratava-se do uso generalizado de uma bebida feita de folhas picotadas, tomadas dentro de um porongo, por intermédio de um canudo de taquara. Ao indagar sobre a origem daquela bebida, responderam os índios tratar-se da "caá-i", um hábito que teria sido inicialmente de uso exclusivo dos pajés em suas práticas de magia, mas que foi estendido aos outros guerreiros, em virtude de seus diversos benefícios.

E, mesmo depois do término das guerras, o seu uso continuou, pois seus efeitos estimulantes, fortaleciam tanto o corpo quanto a alma.


"Caá" era o nome da ervateira e a "caá-i" era bebida do mate. Esta bebida nativa foi um estrondoso sucesso entre os soldados de Irala. E, quando retornaram a Assunção, levaram um carregamento da erva para apresentá-la aos amigos.


Esta bebida impressionou tanto os espanhóis por sua natureza curativa e revitalizante, que despertou o interesse dos comerciantes de Assunção que visavam antes de tudo, o lucro financeiro. Foi uma correria doida até os ervais e em pouco tempo, a cidade duplicou de tamanho e sua população de riqueza. Entretanto, tal consumo foi condenado pela Igreja Católica, em plena Inquisição, em função dos índios lhe atribuírem poderes mágicos que apontavam sua origem à deuses pagãos. Mas tal proibição, acompanhada de multas, prisão e queima da erva, não impediu que o hábito se disseminasse.

O MATE NO RIO GRANDE DO SUL

Se os soldados de Irala estivessem se dirigido para o atual Rio Grande do Sul e não para Guairá, aqui, teria ocorrido a descoberta do uso do mate pelos europeus.

Um expressivo número de tribos guaranis vivam ao longo dos Rios Ijuí, Jacuí e Camaquã. Para colheita da erva mate, eram empreendidas expedições à serraria vizinha da Lagoa dos Patos, no vale do Rio Pardo e nos descampados do Planalto.


Acredita-se que os carijós, no litoral, assim como os guenoas da Campanha, também fossem apreciadores de um gostoso mate, mas inexistindo nestas redondezas, bosques de "caá", este hábito somente poderia ser mantido por intercâmbio com os guaranis.


"Sem esta erva", testemunhou o Pe. Nusdorffer, no século XVII, "o índio não pode viver".


Enquanto os índios do Guairá empreendiam suas viagens aos ervais subindo o Paraná em grandes embarcações, os ervateiros das Missões rio-grandenses iam montados a cavalo, levando uma boa provisão da erva, além de quinhentas a mil reses, para seu sustento naquela viagem de cento e tantas léguas. E, depois de cumprida a tarefa, retornavam eles, acompanhados por toda a população, procuravam a Igreja para agradecer o sucesso do empreendimento.


Os ervais missioneiros faziam parte do Tupambae, um campo comum, cujos produtos adviriam em proveito da coletividade.

"Cada dia, depois de ouvirem a missa e igualmente depois do rosário que se reza pela tarde, os que acudiram ao templo vão receber o mate, uma onça e meia pelo menos para cada pessoa, o qual lhe dá o mordomo em presença do cura e do corregedor. Aos que estão ocupados em serviço público, seja em ofícios, seja fora no campo, envia-lhes a quantidade de mate que parece proporcionada ao número de trabalhadores. Igualmente é preciso prover de erva aos que cuidam do gado nas estâncias e nas pastagens; e se alguns índios são enviados de viagem, não há de faltar nunca este artigo em suas provisões". Pe. Carlos Teschauer

Quando do Tratado de Madri de 1750 e da sua subseqüente Guerra Guaranítica, o uso do mate já tinha se tornado costume entre os dragões e demais soldados dos quartéis do Rio Grande e Rio Pardo.


Depois da Guerra Guaranítica efetuou-se a expulsão da Companhia de Jesus dos territórios europeus e coloniais de Portugal e da Espanha. Desde modo, os Trinta Povos das Missões de Guaranis perderam a unidade, subdividindo-se em quatro grandes províncias. Cada povo passou a ser gerido por uma espécie de administração mista, a cargo de um vigário e de um comandante militar. Em 1801, como reflexo de nova guerra na Europa, um grupo de aventureiros rio-grandenses pratica a extraordinária façanha de incorporar para o Brasil a região dos Sete Povos.


A partir dessa incorporação, normalizou o fornecimento da erva missioneira para a Capitania do Rio Grande do Sul, já sem burlas "aduanas"ou pagar direitos alfandegários, pois tudo agora era Brasil.


Por volta de 1820 o hábito do chimarrão já se enraizara definitivamente nas cidades e nos campos da Capitania.

O grande papel que desempenhou a erva-mate na sociedade gaúcha pode der avaliado por sua presença dentre os símbolos nacionais farroupilhas. No brasão da República já encontrávamos ramos de erva-mate contornando o barrete frígio e perdura até hoje no brasão e na bandeira do Estado do Rio Grande do Sul.


Nos dias frios, os índios tomavam o chimarrão e nas estações cálidas bebiam a cada instante o tereré, mistura de erva-mate e água fria.


"Não é a luz bem nascida
Já eu junto do fogão
Me preparo para a lida
Tomando o meu chimarrão.
É ele o constante amigo
Que vem logo ter comigo
De dia ao primeiro alvor.
Da mente as névoas consome,
Mata a sede, ilude a fome
E a todo ser dá vigor."

(Assis Brasil)


LENDAS

VERSÃO INDÍGENA


Há muitos e muitos anos, no tempo dos Tapes, uma grande tribo de fala guarani estava de partida. Precisavam encontrar um outro lugar para morar onde a caça fosse farta e a terra fértil. Lentamente os índios foram deixando a aldeia onde haviam vivido tantos anos.

Quando não havia mais ninguém, pelo menos era o que parecia, de repente, pássaros voam assustados. O couro que cobria a entrada de uma cabana foi afastado e surge um velho índio, curvado pelo peso dos anos e com os cabelos completamente brancos. Atrás dele caminha uma linda jovem índia. Ele é um velho guerreiro sem forças para acompanhar a tribo em busca de novas terras. Ela chamava-se Yari e era sua filha mais nova, que não teve coragem de abandonar seu velho pai, certa que sozinho ele não iria sobreviver.

Numa triste tarde de inverno, o velho entretido colhendo algumas frutas, assustou-se quando viu mexer-se uma folhagem próxima. Pensou que fosse uma onça, mas eis que surge um homem branco muito forte, de olhos cor do céu e vestido com roupas coloridas.

Aproximou-se e disse-lhe:

- Venho de muito longe e há dias ando sem parar. Estou cansado e queria repousas um pouco. Poderia arranjar-me uma rede e algo para comer?


- Sim, respondeu o velho índio, mesmo sabendo que sua comida era muito escassa.

Quando chegaram à sua cabana, ele apresentou ao visitante a sua filha.

Yari acendeu o fogo e preparou algo para o moço comer. O estranho comeu com muito apetite. O velho e a filha cederam-lhe a cabana e foram dormir em uma das outras abandonadas.

Ao amanhecer o velho índio encontrou o homem branco e fez tudo para que ele parasse. O outro, porém, respondeu-lhe que tinha percebido a necessidade dos pois e se propunha ajudar. Dito isso, embrenhou-se em direção à floresta. Depois de algum tempo retornou com várias caças.

- Vocês merecem muito mais! explicou o homem. Ninguém já me acolheu com tanta hospitalidade, me dando tudo o que possuíam.

Falou também que tinha sido enviado por Tupã, que encontrava-se muito preocupado com a sorte dos dois.

- Pela acolhida que recebi, lhes reservo o direito de atender a um pedido. Diga o que deseja!

O pobre velho queria um amigo que lhe fizesse companhia até o findar de seus dias, para que pudesse deixar de ser um fardo para sua doce e jovem filha.

O estranho levou-lhe então até uma erva mais estranha ainda dizendo:

- Esta é a erva-mate. Plante-a e deixa que ela cresça e faça-a multiplicar-se. Deve arrancar-lhe as folhas, fervê-las e tomar como chá. Suas forças se renovarão e poderá voltar a caçar e fazer o que quiser. Sua filha poderá então retornar a sua tribo.

Yari resolveu que de qualquer jeito jamais ficaria para fazer companhia ao pai. Pela sua dedicação e zelo, o enviado do tupã sorriu emocionado e disse:

- Por ser tão boa filha, a partir deste momento passará a ser conhecida como Caá-Yari, a deusa protetora dos ervais. Cuidará para que o mate jamais deixe de existir e fará com que os outros o conheçam e bebam a fim de serem fortes e felizes.

Logo depois o estranho partiu, mas deixou na cabeça de Yari uma grande dúvida: como poderia ela, vivendo afastada das demais tribos divulgar o uso da tal erva? E o tempo foi passando...

Em uma tribo não muito distante dali, os índios estavam contentes com a fartura das caçadas. Organizaram uma grande festa para comemorar, não faltava comida e muita bebida. Mas a bebida demais levou dois jovens índios a começaram a discutir. Tratava-se de Piraúna e Jaguaretê. Da discussão ao enfrentamento foi um passo.

No furor da briga Jaguaretê empunha um tacape e dá violento golpe na cabeça de Piraúna, matando-o. Jaguaretê foi então detido e amarrado ao poste das torturas. Pelas leis da tribo, os parentes do morto deveriam executar o assassino. Trouxeram imediatamente o pai de Piraúna para que ordenasse a execução. Muito consciente que a tragédia só aconteceu por estarem os jovens sob o efeito da bebida, liberou o Jaguaretê, que foi então expulso da tribo e foi buscar sua sorte na seio da floresta e quem sabe nos braços de Anhangá, espírito mau da mata.


Conforme caminhava e o efeito do álcool era amenizado, mais se arrependia do mal que fizera.

Passadas muitas décadas, alguns índios daquela tribo, aventuravam-se na mata fechada em busca caça que já estava rara no local em que viviam. Entrando no sertão, no meio da floresta, encontraram uma cabana e foram aproximando-se com cuidado, mas mesmo assim foram pressentidos e saiu da cabana um homem muito forte e sorridente. Muito embora seus cabelos fossem totalmente brancos, sua fisionomia era de um jovem e ofereceu-lhes uma bebida desconhecida. Identificou-se então como sendo Jaguaretê, o índio expulso de sua tribo e que a bebida desconhecida era o mate.


Contou que quando foi abandonado a sua sorte, muito andou e quando estava apertado de cansaço e remorso, jogou-se ao chão e pediu para morrer. Acordou-se com a visão de uma índia de rara beleza que apiedando-se dele disse-lhe:

- Meu nome é Caá-Yari e sou a deusa dos ervais. Tenho pena de você, pois não matou por gosto e agora arrepende-se amargamente pelo que fez. Para suportar seu exílio, eis aqui uma bebida que o deixará forte e lhe esclarecerá as idéias.

Levou-o até uma estranha planta e voltou a dizer:

- Esta é a erva-mate. Cultive-a e a faça multiplicar. Depois prepare uma infusão com suas folhas e beba o chá. Seu corpo permanecerá forte e sua mente clara por muitos anos. Não deixe de transmitir a quem encontrar o que aprendeu com o mate.

- Por tanto, jovens guerreiros, quero que leve alguns pés da erva-mate para a sua tribo e que nunca deixem de transmitir aos outros o que aprenderam.

Aqueles índios voltaram e contaram aos outros o que haviam ouvido. O mate foi plantado e multiplicou-se. Outras tribos apreenderam e foi desta forma que seu uso chegou até nós.


Há porém, uma outra tradição assaz diversa sobre a aplicação e uso da erva-mate. Ela foi também um veículo dos mais eficazes usados na feitiçaria ou magia guaranítica.

Narra-se que um feiticeiro foi ensinado por Anhangá como deveria beber a erva, quando quisesse consultá-lo. O pajé seguiu a risca as instruções e desde então fazia maravilhas. Passou a usá-la também como ingrediente nas suas feitiçarias.


Diziam os feiticeiros:

- "A erva me disse ou aquilo..", quando davam seus oráculos.

Os feiticeiros comunicaram seu mistério a outros e, pouco a pouco, o uso se tornou geral. Diziam que não havia coisa que se prestasse mais para causar dano. Esta bebida também servia de filtros e muitas mulheres fizeram deste negócio um comércio.

Ainda hoje se tem o costume, de quando se oferecer a cuia a um amigo, o dono da casa deve sugar os primeiros goles e jogá-los fora, pois por herança deste costume antigo, acredita-se que os primeiros sorvos não são bons. A alegação para tal feito é que o demônio Anhangá contamina a erva com seu maléfico influxo.

Deve-se atirar os primeiros goles da boca para as costas, um por cima do ombro direito e o outro por cima do esquerdo.

LENDAS CRISTÃS

Tem o uso da erva, no dizer de Granada, uma alta origem no que poderíamos chamar de mitologia cristã. Já desde o primeiro quartel do século XVI, corria na América do Sul a lenda da estada do Apóstolo São Tomé no Brasil e países vizinhos.

Conta-se que chegando ao Paraguai, viu imensos matos de árvores do mate. Os índios, porém, não lhe davam utilidade nenhuma, até olhavam-nas com certa repulsão, porque as tinham por venenosas.

São Tomé achou entre os guaranis muita disposição para receber a fé e as águas do batismo. O santo, vendo a dedicação deste povo, quis fazer-lhe um benefício ensinando-lhes o uso da erva. Atraída por sua palavra, tinham-no seguido, uma grande multidão, quando arrancou uma porção da erva e a ajuntou cuidadosamente. Depois fez uma fogueira, estendeu as folhas da erva de tal maneira sobre as brasas que sem queimá-las, as tostasse. Por intermédio da lenta ação do fogo, perderam as folhas da erva, por evaporação, as substâncias danosas que possuíam.

O que serviu para grande consolação e regozijo dos índios guaranis foi que as folhas emitiam uma suave fragrância, circunstância que aguçou-lhes a curiosidade em relação a erva.


Desfizeram as folhas tostadas e pondo-as em água produziram uma bebida de gosto tão agradável quanto proveitosa. É Lozano que narrou este episódio na sua história da conquista.

Segundo o mesmo autor, conferiu a São Tomé a esta erva, virtudes medicinais contra pestes e várias doenças. Conta, que certa vez uma terrível peste dizimou quase todos os povos guaranis. Os infelizes, recorreram a São Tomé, que andava pregando por aquelas regiões.

O santo apóstolo respondeu:

- "Em casa possuis o remédio; a misericórdia divina nunca desampara os justos".

Em seguida mandou trazer os ramos da erva-mate, tostou-os, triturou as folhas, colocou-as na água e bebeu, para que eles não receassem bebê-la também.

-"Bebei", acrescentou, "as folhas desta erva e com elas curareis todos os enfermos e, vós, os sãos, ficarão imunes à peste."

Obedeceram os índios e nenhum dos enfermos tornou a morrer, assim como não adoeceu mais ninguém.

OS AVIOS DO CHIMARRÃO

Denomina-se "avios do chimarrão" os apetrechos ou utensílios necessários para tomá-lo.

É tudo muito simples, você precisará de uma chaleira ou um vasilhame que possa ser levado ao fogo para aquecer a água (nunca ferver!). Fora isso, a cuia, a bomba e a erva.

A cuia (do guarani "iacuhi" = cabeça) faz as vezes de uma chícara ou taça de chá, mas não dispõe de alça e deve acomodar-se naturalmente na mão.

Tradicionalmete, utiliza-se como cuia o fruto seco de duas cucurbitáceas diferentes: a "lagenaria vulgaris", que dá o porongo propriamente dito, redondo e arredondado, e a "crescentia cujetare", que dá a cuia propriamente dita, achatada, para os uruguaios conhecida como "galleta".


Nas regiões produtoras, como o Planalto, a fartura do produto permitiu a popularização do porongo de boca larga, mas nas regiões aonde o produto chegava em morosas caretas e no lombo de cargueiros (Compahia rio-grandense, Uruguai, Argentina), ou se cortava o porongo "ao contrário" (ao contrário da maneira planaltina), deixando uma boca de no máximo uma polegada, ou se usava diretamente a cuia chata ou "galleta", pequenina e econômica.

Houve época em que se fabricavam cuias finas, de porcelana, de formato achatado, para uso no mate doce das casas de estância; e mais recentemente industrializam cuias de madeira, de vidro, de madeira recoberta com alumínio, etc.; mas nada se compara ao porongo ou a cuia tradicional.

A bomba consiste num canudo de 20 a 30 cm de comprimento por 5 a 10 mm de diâmetro, achatado numa extremidade (bocal) e apresentando, na outra, um bojo oco e crivado de furinhos.

No século XVII dois tipos de bomba eram conhecidas: a de prata, metal abundante então na América, e a taquara, confeccionada pelos indígenas e resultante de um paciencioso trançar de fibras de duas cores.

Atualmente é desconhecida a bomba vegetal: utiliza-se tão somente a bomba de "metal branco", entre os gaúchos menos abastados, e a bomba de prata, muitas vezes com relevo e bocal de ouro.

Um outro elemento, não essencial, poderia ser incluído entre os avios: o tripé, ou outra base qualquer, em que a cuia possa se firmar quando não está em uso.

Apesar de simples esses apetrechos são fundamentais e já rendeu até inspiração aos poetas gaúchos:

"Quanto aos furos de uma bomba
calibre não muito estreito;
do contrário, se o sujeito
se prende louco a chupar,
quando menos se dá conta,
de tanto que chupa e chupa,
o pobre diabo, num upa
pode do avesso virar!"
(Eugênio Severo)
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Eu me criei na fronteira, não sou Uruguaienese de nascimento mas de coração, desde os dois anos de idade, e la com em toda a fronteira ao receber uma visita a primeira coisa que se oferece é um mate, mate da amizade, mate do calor humano, mate da camaradagem, mate da comunhão das familias, Como é bom ser gaúcho e poder ofercer um mate..........

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Aviso importante aos Macegueiros para a cavalgada do Mar

Dois cavalos morrem na Cavalgada do Mar
Presidente da Fundação Cultural Cavalgada do Mar atribuiu as mortes ao estresse e à falta de preparação física dos animais
Atualizada às 19h14min
Dos três mil cavalos que participam da 26ª Cavalgada do Mar desde sábado, dois não resistiram aos primeiros quilômetros do deslocamento. No primeiro dia, no trajeto entre a localidade de Bacupari e a praia de Dunas Altas, em Palmares do Sul, dois animais morreram.

Presidente da Fundação Cultural Cavalgada do Mar, Vilmar Romera atribuiu as mortes ao estresse a que os animais foram submetidos e à falta de preparação física para a atividade. Além disso, outro fator que pode ter influenciado é a água não tratada consumida pelos animais durante o trajeto.

Segundo Romera, os cavalos aguentam de duas a três horas sem água. Com isso, a melhor opção é hidratar os animais nos acampamentos. Lamentando o incidente, Romera alega que já se iam nove anos em que cavalos não morriam no evento.

Apesar do contratempo, a programação continua. Os cavaleiros e amazonas seguem galopando pelas praias do litoral gaúcho até sábado, quando fecharão 240 quilômetros percorridos, no parque do balonismo, em Torres.

PROGRAMAÇÃO

Terça-feira - Às 8h, saída para Imbé
Quarta-feira - Permanência em Imbé para a Festa Gaúcha Campeira
Quinta-feira - Às 8h, saída para Capão da Canoa
Sexta-feira - Às 8h, saída para Arroio do Sal
Sábado - Às 8h, saída em direção ao parque do balonismo, em Torres.
ZERO HORA


Os Macegueiros mandaram uma solicitação a Comissão Organizadora para antecipar em uma hora o horario de saida em função do forte calor e o termino do horario de verão.

Com a palavra Edson Dutra dos Serranos

Segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Com a palavra, Edson Dutra
Para encerrar a polêmica do Nei Lisboa, reproduzo aqui a mensagem que recebi de Edson Dutra, de Os Serranos:

1a) São palavras de um rio-grandense que nao conhece sua cultura mais representativa e que 'e admirada por gente de todos os estados do país. Trata-se de um alienado de sua própria origem. Portanto, sem qualquer importancia sua opiniao, por irrelevante.

2a) Ainda a considerar, o fato de que a arte produzida pelo sr. Nei Lisboa, pela pouca expressividade que tem, nao consegue se expandir além do pequeno circuito da noite portoalegrense, logo nao tem cacife ou cafe no bule para criticar a consagrada e conceituada musica gaucha tradicionalista e nativista.

Quanto menor importancia dermos a este episodio, melhor.

Afinal, ele so apareceu e motivou esta celeuma, pelas bobagens que disse e não por sua competência musical. Por derradeiro, há um provérbio do qual, por vezes, me sirvo... Deixem latir os cães, enquanto a caravana passa...

Abraços, Edson Dutra.


Nos os Macegueiros ficamos imaginando o que o Nei ganhou com isso ?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Cesar Oliveira critica "morcegos" da cultura



César Oliveira critica "morcegos" da cultura

Foto: Divulgação
Eu iria publicar o texto abaixo apenas após o Carnaval. Mas diante da repecurssão da matéria de hoje de ZH, aqui vai o artigo redigido por um dos maiores expoentes de nossa música nativa, se não o maior: César Oliveira, da dupla César Oliveira & Rogério Melo.

É um texto pra guardar e ler sempre que surgir um desses espertinhos querendo menosprezar o mais gaúcho dos estilos musicais. Leiam e opinem, por favor!

Por que “a musica gaúcha é intragável”?

Depois de ler a entrevista de Nei Lisboa no jornal Zero Hora, gostaria de ter a oportunidade de perguntar pessoalmente ao conceituado e respeitável músico o por que desta declaração. Considero-me uma pessoa bastante esclarecida, certamente mais do que muitos dos supostos “intelectuais” da música porto alegrense. Usufruindo de uma simbologia, me refiro, mais especificamente, a artistas de grande cunho intelectual que assemelham-se a “morcegos”, pois somente os encontramos à noite circunscritos a uma área restrita em bairros tradicionalmente boêmios de nossa capital.

Seu universo pode ser metaforizado como uma caverna obscura, em que só se projetam inspirações de temáticas desordenadas, em invés de nos projetar a longínquos pagos, verdes campos, heróicas, nostálgicas e românticas histórias de nosso rico povo rio-grandense. Porto Alegre, a capital dos gaúchos, ainda possui uma muralha imaginária levantada por milhares de tijolos forjados pelo preconceito.

Felizmente, graças a muitos esforços daqueles que produzem e vivem para elevar a cultura e o folclore do Rio Grande do Sul, noto que nos últimos anos este panorama vem mudando e estão se aparando as arestas da discriminação. Os comentários de Nei Lisboa, na contramão desta saudável evolução, somente reforçam o preconceito e a má vontade que estigmatizam as pessoas envolvidas e identificadas com a cultura regional. Se porventura o notável artista aqui citado fosse realmente uma pessoa esclarecida, veria que valoriza o regionalismo, é apenas cego para suas raízes.

Causa-me estranhamento que o referido músico se sinta à vontade para gravar um candombe, ritmo típico do folclore Uruguaio - uma música de raiz proveniente da África trazida pelos escravos - ou um tango - de origem argentina, executado de início por guitarreiros com temática folclórica – mas diga que não colheu nada de referenciais da música regionalista, como TEIXEIRINHA. Nei Lisboa valoriza as manifestações musicais embasadas no folclore - Uruguaio e Argentino , porém chama de intragável a música regional produzida no Rio Grande do Sul, que somado a estes dois países, forma e sustenta uma cultura viva e riquíssima, a dos “GAUCHOS/GAÚCHOS”.

A diferença entre os músicos destes países “hermanos” e os “nossos” intelectuais musicistas é que eles não possuem preconceito com suas raízes, muito pelo contrário, possuem sim orgulho e buscam dignificá-la. Felizmente, o Rio Grande do Sul tem inúmeros representantes orgulhosos de sua cultura, como Yamandú Costa, projetado, consagrado e reconhecidíssimo no cenário musical mundial como instrumentista gerado no mais puro folclore gaúcho.

Este sim é esclarecido, assim como inúmeros instrumentistas, poetas, intérpretes, que comporiam uma farta listagem de pessoas que possuem orgulho de sua procedência. Não concordo, por todo o exposto, com a opinião de Nei Lisboa, mas respeito-a e, mais do que tudo, respeito seu direito de expressá-la. Contudo, não posso me furtar de sublinhar o absurdo da frase “a música gaúcha é intragável para qualquer pessoa mais esclarecida”. ]

Como eu, tenho certeza de que outras milhares de pessoas esclarecidas, ficam apavoradas quando a generalização se sobrepõe a análise criteriosa e quando o preconceito se manifesta de forma deliberada. E, para finalizar, acredito que nós precisamos, sim, de um MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO. Precisamos também que este use, com coerência, sua posição para sustentar o ideal de folclore.

Do contrário, lenço só de bolso, e este nem se usa mais. Se alguém não consegue usufruir da riqueza de uma vasta cultura regional por puro PRECONCEITO, que pena, pois é “intragável” tal filosofia.

César Oliveira

É com muito orgulho que publicamos em nosso blogger, do Recanto dos Macegueiros o desabafo de um musico conceituadissimo que externa toda a nossa revolta com os maus gaúchos.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

26ª Cavalgada do Mar



O GRUPO DE CAVALGADAS RECANTO DOS MACEGUEIROS, irá participar da 26 Cavalgada do Mar – 2010 nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro de 2010.

O grupo de cavaleiros sairá do município de Arroio do Sal pela manhã do dia 25 irá se unir aos participantes da Cavalgada do Mar no CTG João Sobrinho, município de Capão da Canoa à tarde, onde realizarão o pernoite.
O deslocamento sera feito a cavalo, passando pelos balneários da zona sul do município, praia Santa Rita do município de Terra de Areia, praia de Curumin, praia de Arroio Teixeira e praia do Barco do município de Capão da Canoa e estrada em direção ao CTG João Sobrinho. Distancia aproximada de 25 quilomentos. A equipe de apoio logístico se deslocara pela estrada do Mar até o CTG, onde estara pré determinado o local para o acampamento.
A tarde após a chegada do Grupo de Cavaleiros sera realizado credenciamento dos mesmos.
A noite sera servido um carreteiro a bebida fica a cargo de cada participante.
Programa oficial:
25 de Fevereiro
08:00 - Saída para Capão da Canoa (CTG João Sobrinho)
21:00 - Show Baile
Dia 26, os Macegueiros, já integrados aos participantes da Cavalgada do Mar seguirão as orientações dos organizadores.
Programa oficial:
26 de Fevereiro
08:00 - Saída para Arroio do Sal (CTG Rincão da Estância)
21:00 - Show Baile e entrega de troféus aos campeões de comportamento e diplomas
A equipe de apoio se deslocará para o CTG Rincão de Estância onde irá ocupar o locar pre determinado para o acampamento.
No almoço sera servido um entrevero e a noite um arroz de china pobre e a bebida fica a cargo de cada participante.
27 de Fevereiro
08:00 - Saída para Torres (Parque de Balonismo)
13:30 - Chegada no Parque de Balonismo e encerramento da 26ª Cavalgada do Mar
Ao meio dia sera servido um churrasco e a bebida fica a cargo de cada participante.
O retorno para o município de Arroio do Sal sera a tarde, a cavalo ou através de transporte de carga viva, caminhão boiadeiro. (a combinar).
Os amigos dos Macegueiros que desejarem participar destas etapas da Cavalgada do Mar entrem em contato com os Macegueiros com antecedência pra ajustar a programação de aprovisionamento.